Naquela noite de lua cheia, já de pijama, ela se penteia e calça sua meia, preparando-se para dormir, ou ver um filme. Saboreando notas musicais em seus cafés, com os pés entrelaçados e não mais gelados como antes, apesar do frio do inverno, ela pensa em decisões a tomar com chá e canela. Janela aberta, coberta sobre a cama, ela engolia o drama de não poder vê-lo. Ele era seu vício, o início de sua inquietude. E ela admirava o jeito como ele havia chamado sua atenção, tocado seu coração e cabelo, anunciando que roubaria sua paz, para não mais devolver. Seus sentimentos ele também queria. E ser o motivo de sua alegria, e ser sua fiel companhia e o dono da sua falta de sono. Mas ela não imaginava o quão importante ele poderia se tornar. E a magia daquela noite fria e enluarada não era decifrada em sua mente. Com o pente ainda na mão, ela escutava uma melodia serena... Uma pena ele não estar lá para acompanha-la. Nem poder dançar, ou cantar, com aquela que jogava ao mar seus embrulhos de tristeza. E ela relembrava em seus pensamentos os momentos que haviam passado juntos. Naquele baile, a cada passo, um laço, um traço, um compasso diferente. Em cada abraço, um suspiro envolvente. Ela guardava para ele seus sonhos mais belos, enquanto aguardava os elos mais importantes daquela trajetória. Em suas memórias, estórias e conversas revividas. Em seus beijos na testa, uma festa de respeito e carinho. E no caminho dos dois, palavras ditas, laços de fitas, novos acordes, ritmos desconhecidos, sonhos em harmonia e melodias de mistério.
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