segunda-feira, 21 de agosto de 2017

De parte das conversas que já tiveram


Certa vez, numa dessas Conversas filosóficas de botequim que tinham, ele disse:



- O mundo é como um gato andando com olhar blasé. 



Então, ela respondeu: - Eu, Clara, não vejo o mundo assim, acho que vejo mais com meu próprio brilho no olhar.



Na continuação, ele buscou esclarecer.

- Eu estou falando das pessoas.

- Eu sei, ela disse. Mas fale por você, pela sua visão de mundo, não pela dos outros.


 




- Eu não sei, ele finalizou. A conversa acabara por ali, ou melhor, transformara-se, com o tempo.




Ela reconhecia nele muitas qualidades, inclusive percebia o quanto a presença dele nos últimos anos tinha modificado parte dela, positivamente, mas era issoSobre o mundo, tinham olhares distintos, às vezes, mas cada um respeitava isso




A visão dela, míope, modificava-se com as estações, com as chuvas, com as gotas de orvalho, com as conversas que já tinham tido, que alimentavam, por vezes, mas nada além disso


Ela gostava de aprender com ele, e das pequenas mudanças que os óculos dele tinham agregado aos dela. Com os chais e cafezinhos de cada dia, modificavam-se, entre filmes e refeições, ele no Sweet cafofo dele, na cafeteria, no pub ou em outros tantos lugares, em que, por vezes, esbarravam-se.


Ela no Home sweet home dela, acompanhada sempre por trilhas sonoras... Ambos modificavam-se ao ritmo de sucos e pratos de macarrão. Modificavam-se, embora mantivessem a essência. A dela, no caso, ainda mais colorida após o ingresso de Dudu no novo lar. Sim, o Eduardo (vulgo Duduzinho), seu mais fofo companheiro, seu tapetinho, seu novo dengo, seu Gatinho Manhoso, assim como na canção.









Ps.: "Há quem não veja a onda onde ela está e nada contra o rio. Todas as formas de se controlar alguém só trazem um amor vazio. Saber amar é saber deixar alguém te amar".

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