terça-feira, 2 de julho de 2013

A carta.

Entre um laço e uma memória, há uma história. Pequenos traços da trajetória deles. Era início de um mês esperado. O céu estava nublado e no correio havia um recado. Era dele e anunciava o quanto ele queria a companhia dela naquele dia chuvoso de inverno. Daqueles que, sem capelo, deixam o cabelo sensualmente molhado ou encharcado de mistério. A chuva continuava caindo enquanto ela terminava de ler a carta. Aquelas palavras, junto com a garoa, provocavam lágrimas... Ela sentia a falta dele. E também do que ainda ocorreria. Era uma estação com cheiro de saudade e olhares de verão. Um tempo em que a emoção jogava a razão no chão... sem amparo, sem lenço, sem chapéu, ao léu. Um tempo em que ela percebia que já não estava mais sozinha e, dele, era a rainha. Em um destes breves encontros com a paixão e o amor, ela decide abraçar as descobertas e largar as cobertas de dúvidas deixadas sobre a cama. Põe a meia e se penteia para dormir. Eis que revela à Lua a verdade nua e crua de seus sentimentos. Eis que anuncia ao Céu uma verdade sem véu. E demonstra sua saudade. E busca sua vontade mais bela. De que a verdade dela seja também a dele. De sentir toda aquela reciprocidade e avisar à rua inteira que, de qualquer maneira, dariam um jeito de ficarem juntos, pois eles próprios já sabiam pelos próprios olhares e sentidos, mas evitavam saber.




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