sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Uma mensagem (antiga) de amor: a caminho da Pavuna (but not now)

Por Gentileza, caro leitor, inicie a leitura deste texto ouvindo Tribalistas, de preferência o CD completo. É simples, só dar uns cliques no youtube: full álbum, 2006. Depois disso, voilà où il habite maintenant. Voilà!

[... anos anteriores]

Amor, ele está me olhando, será que quer me roubar (de você)?
- Não, Clara, ele só achou você bonita mesmo.
- Tem certeza disso?
- Sim.

[Anos depois]

E assim seguimos adiante, um a um, antigos do que vamos adiante, com nem tantas respostas para tantas perguntas, com nossas crenças, com nossas convicções, com nossas definições, com nossa distância, com nossos valores, com nossa noção de justiça, com nossos preconceitos burgueses de fidelidade, com nossos escritos, com nosso passado tão Up altas aventuras, com nosso eterno namoro (com a vida), com nossas regras e nossas formas de sermos disciplinados, que já não são mais nossas.

Porque a gramática também muda com o passar dos anos, com os pássar(os); porque a gente se amava do jeito que a gente era; porque a gente se amava; porque lov(ing) is my religion (e a dele também, acredito); porque a arte transforma um mundo insosso em delicioso; porque a arte transforma uma cor (tom ou semitom) monocromática em colorida, apesar do preto ser bonito, do branco ser bonito, do P&B ser lindo; porque sim!

Porque a gente se aceitava, porque temos passado, porque tínhamos presente, porque não estávamos tão dentro da caixinha, porque isso era lindo, porque faz parte de um passado aquare(lado), porque "os livros na estante já não têm mais tanta importância", porque, do futuro, só Deus sabe mesmo! 

Porque até a gramática se altera com o passar dos anos (mas não só com o passar das estações), porque meu falecido tio dizia que quem vive de passado é museu, porque - aqui e agora - essa frase começa a ganhar muito mais significado, porque do muito que eu li, do pouco que eu sei, e do que ainda falta ler para aprender, muito que nos resta! Porque nosso falecido amigo disse uma vez: - Clara, faz tempo que a gente não se vê, mas eu ainda te conheço. Porque a gente muda o mundo com a mudança da mente e a Clara da época deste pequeno relato, colorido pelas lembranças, era diferente. Agora, ela cita mais "quem vê cara não vê coração"; cita "Deus não dá asas à cobra", cita seu Deus, aceita melhor sua intuição (embora nem tanto). 

Da dor e da beleza da separação, traz a voz do Caetano ainda. Ah, faça-me o favor! "Não me venha falar da malícia de toda mulher. Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Sente as dores alheias (empatia com moderação, por favor); traz à tona J.A, W.A, F.K e outros. Sobre preconceitos (ainda) não descontruídos e sobre re(definições) de castelo, príncipe, sapatinho, etc.; a Clara questiona.

Ela veste a camisa e o orgulho de estar bem brasileira e, ainda assim, um tanto quanto francesa e, ainda assim, um tanto quanto californiana (a handful of hugs and lots of love from BR to NY <3 CA <3). Orgulha-se de ser uma mulher sonhadora e pé no chão, at the same time. Orgulha-se de carregar parte do clássico, do moderno e do contemporâneo. Ela agora já não sabe mais namorar, continua já não tendo tanta paciência pra televisão, mas tem sido audiência para a solidão já faz um tempo.

Bem, chegamos ao final do album: 

"Chegou o tribalismo no pilar da construção [...]
O tribalismo é um anti-movimento
Que vai se desintegrar no próximo momento
O tribalismo pode ser e deve ser o que você quiser
Não tem que fazer nada basta ser o que se é
Chegou o tribalismo, mão no teto e chão no pé"

Mas você pode repetir o CD, ou parte dele, desde que queira, afinal, o ouvido é seu, o computador é seu, os olhos são seus, os óculos são seus. Só não me peça para sugerir uma música específica, porque gosto de todas deste FULL ALBUM, embora sempre haja uma (ou duas) preferida(s) para deixar num repeat contínuo e inesquecível.







Ps.: uma definição importante sobre o amor (repaginado) já está a caminho, já está escrita desde o início, mas a definição (ainda) tenta ler Bukowski com outros óculos e agora o set list já inicia com Segue o Seco, ainda com a voz da Marisa, a Monte, claro! OMG, quanto amor envolvido desde a infância por esta diva, Deusa, inspiração e tantos tantos (risos).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela contribuição!