Resta-me viajar. Parto. Parada.
Entre as paradas, lembranças. Entre elas, você. Entre nós, elas. No meio do caminho.
E bebo, e vinho. Entre as estações, diversos tempos, tempestades, tremendos
temporais atenuados por doces palavras. Ou somente trens. Um deles dá partida.
O trem, eu ou você? Ao lado da máquina de escrever antiga, papéis em branco,
quadros negros e rabiscos. Caixas, cartas guardadas, páginas viradas e uma vitrola. Viajo nas canções. Entre uma cidade e outra, curvas. Nos carros, passageiros. Nossos sentimentos, passageiros. Sem freio, com receio, caio. Encontro-me com ele. Escuto: “sabe o que eu mais gosto em você, além do sorriso”? Sem ideia, olhos e ouvidos atentos, ouço: “é como você utiliza seu sorriso”. Ele complementa: “como se você estivesse me perguntando o porquê de eu estar te olhando. Não sei, mas eu gosto”. O cuidado e o carinho com os quais ela era tratada por ele eram notáveis. Ele era simpático e amável. Mas era preciso sinceridade. Assim ela pretendia ser para com os sentimentos dele e para com seus próprios. Dessa forma, ela abre seu coração, indicando-lhe outra direção. Recompõe-se da queda, consegue recuperar um punhado de memórias e amor, despede-se e vai embora. Não foi agora.
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