terça-feira, 29 de setembro de 2015

AmArte: o amor como escolha

Amar é regar as flores, acolher as dores, os dissabores e equívocos de dias de semana modorrentos. É desembrulhar pacotes de solidão dos quais acreditamos gostar até encontrarmos a tampa da panela, mais ou menos tortinha como a gente, ou nem. Amar é doce e salgado, é um mar de possibilidades, é doar-se, por inteiro, doendo, por vezes, mais do que acreditamos suportar, mas o fazemos porque o amar vai além de duas vogais e de duas consoantes, vai além de mar e ar juntos. Amar é lua, sol e todos os movimentos mais belos de cada um. É mistura, é uma simplicidade complexa e uma complexidade simples, é música... Instrumentos, violão, viola, voz, tecla, teclado, piano. É suportar, ceder, oferecer, tomar e receber. É ensaiar algo que não se vê e se deseja, é valorizar o que se tem. É uma recordação num momento inesperado, é inspiração, é o belo e o incômodo. Amar é escrever, sentir, tocar em seus diversos aspectos, entoar. Amar é ver-se livre quando, de certo modo, atrelado ou um tanto quanto preso, embora livre. Amar é respeitar, chorar e sorrir para a primavera que se inicia. Amar é movimentar-se em direção ao que há lindo na natureza. É admirar a imperfeição alheia. Amar é criar, recriar e escolher. Pois há de se abdicar para ter amor e amar. É uma escolha difícil, posto que o amor, ao mesmo tempo que coroa, crucifica. Amor é letra, canção, amizade e desejo, zelo, é quando o “bem-me-quer” prevalece, entre o sim, o não e o talvez. Amar é reconhecer-se como ser humano em busca de algo maior, além de si, capaz de doar-se, apesar de imperfeito, querer entrar em sintonia, mesmo com diferenças. O amor é isso, é mesmo uma escolha, uma arte e, além de tudo, uma escolha para os fortes, para aqueles que escolhem o amor, apesar de todos os riscos do processo.



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