sexta-feira, 19 de junho de 2015

De peixinhos e passarinhos que sonham além.

Um peixinho era sonhador
E sonhava muito e tão parecido comigo
Era que acabou sonhando muito meu próprio sonho.
Por excesso de compatibilidade.

O outro nao me permitia sonhar 
Como eu queria. Permaneceu, pois, 
Em outra companhia; em outro aquário...
Não no meu mar; nao no meu lar.

Por falta de compatibilidade, o excesso da falta. 
E de excesso em excesso os peixes vão nadando.
Nos mares, com suas barbatanas, com suas escamas.

Seguindo diversas direções pelo equilíbrio de seus movimentos lentos
Seguindo canções marítmas; Ritmos, harmonias e melodias diversas. 
E tentando EquilibrAr As notAs.



Equilibrar As notAs, as dançAs, a magia de suas criançAs... dos peixinhos.
Filhos de peixe... são.
Nós, os humanos,
Que não somos Peixinhos de Drummond 
Que não saímos de sua lira
Que não somos passarinhos de Quintana
Que somos um pouquinho de toda a natureza
Vivemos a equilibrar passarinhos e excessos humanos,
Inclusive os nossos,
Inclusive excessos e desejos.
Além de cada limão atirado na água da lira,
EquilibrAMAMos a vida; 
Equilibra-mo-nos ao amar a vida tentando fazer, do limão atirado, uma deliciosa limonada; Como bêbado e equilibrista, como a arte expressa toda sua diversidade; Como a ciência. Como a voz da Elis. Como receitas que utilizamos, aos quais cada peixe responde de forma singular, com variedade enorme de formas.  

domingo, 7 de junho de 2015

Pretérito Perfeito Idealizado por Mistérios

Ela pronta. Ele a encontra. 
Ele se aproxima. Ela Rima.
Ela sorRia; só ria.
Alegre ia; alegria, alegria.

Ele sério, mistério; Ela quente, é gente;
Ele frio, arrepio; Ela perto, certo? 
Era ela perto, era?
Ou era ele? 
Ele não.
Era.

Então, era mistério eeeeeeEeeLa...
Lá seguiu... Por si Só. Por si Sol. Parou de seguir tanto passado, um pretérito perfeito que parecia mais perfeito ainda quando idealizado. Ela lá seguiu, rumo ao passar de passos , ComPassos, passados e pensamentos, transitando por passado, mas ainda mais por presente e futuro. Todos tão presentes como ecos da memória até do que há de vir. Secos, os dois, seguiam. SEcos, cegos e até um tanto quanto solitários.







sexta-feira, 5 de junho de 2015

In Between Dreams. À Lua, entre sonhos e sonetos.

Não é minha A Lua, é meia esta Lua que vejo e além disso. Até sendo meia, cheia ou incompleta, sendo astro celeste ela ja o é. Crescente, pois alta brilha e busca além, sempre. Só, além, SolZinha, ela, Lua, já basta. É ar e também pode solar... Como quiser ser, é. Solar em seu lar ou no mar. Céu, mar ou Beijo-azulZinho, união de cores de ambos.

E só de ser, basta-se, a Lua iluminada... A iluminar a água à noite. Mesmo se fosse em sua outra fase; mesmo se fosse pronunciada em conjunto com pronomes possessivos, minha, nossa, assim ou assado; mesmo se fosse de um ou de outro, eu não ousaria dizer que eu lhe dei ou lhe daria esta beleza Celeste, porque não é assim que desejamos os corpos, não funciona assim. Nem minha, nem sua, estamos nela e até demoramos a esbarrar por lá. Dito isto, nem minha, nem sua, é dela própria, nao importa a fase em que se encontra! 

Nao é nossa, mas la nos encontramos, algum dia em um ciclo, crescente e sem tantos sinais de pontuação, vírgulas e vírgulas e virgulas e... , , este escrito, como a Lua, molha-me, ilumina-me, olha-me e é de coração para você. De longe mesmo, como um beijo assoprado que pode ou não ser recebido do outro lado de um lar... Assinado: admirador lunar.







segunda-feira, 1 de junho de 2015

Um bom ponto de encontro, conto-lhe agora. Até breve.

Certa vez, Clarissa confessou à amiga alguns pequenos detalhes da vida, pensou naquela frase "e Kafka fez da arte sua reza" e começou a escrever, intensamente. O resultado de Clarissa não era tão exato, porque ela acreditava que a reza e a escrita não eram tão próximas da matemática quanto a música.

Clarissa é daquelas que comemora a vida! Brinda cada motiVinho, cada motivo mínimo, ideia mínima, Formato Mínimo e realmente aprecia a simplicidade da vida em suas nuances por vezes complexas. Dito isso, Clarissa comemorou até o ingresso do tal dos óculos no seu rosto e agora eles fazem parte dela (Ênfase em fazem parte, porque ela se sente partida quando partem, os óculos).

Quando pequena, o acetato não caía bem em Clarissa. Quando adolescente, apaixonou-se pelo acetato na face em forma de óculos. Ademais, às vezes, faltava um certo cuidado dela para com seu querido “óculos de jornalista”. Pela armação não resistir à troca do grau das lentes, de tempos em tempos (cerca de 3 ou 4 anos), era preciso trocá-las. Daí era só saudade, um tanto quanto triste até que ela se adaptasse aos novos óculos. Apegava-se aos antigos e aos amigos também. 

Clarissa buscava muito além de cativar os amigos e de criar laços... <3 Isso mesmo, laços, não nós atados. Buscava manter os belos laços que fazia a partir de fitas coloridas. Mas era necessário abandoná-los; laços e óculos; às vezes, para não quebrar ou desfazer preciosidades antigas. Embora não quebrasse nem estragasse óculos para aumentar os graus das lentes, enxergar melhor e beneficiar sua própria visão, sentia-se partida ao precisar partir sem eles. Sem óculos antigos, parte dela era saudade, partida, parte Ida... 

Como uma flor que havia perdido uma pétala ou algumas delas. Como um mar de saudade com parte da água evaporada e saudade do que foi um processo natural num ciclo de águas... Como uma geleira, um grande glaciar com partes descongelando, como ocorre, naturalmente com a mudança de temperatura. Ah, o tempo... Ele desgasta ciclos; sentimentos; sons; flores; ocorridas dores; diversas cores e até os óculos, então, é preciso deixá-los para a vinda de novos. 

Ou o tempo até resgata os sons, sentimentos e ciclos, mas é preciso dar tempo ao tempo ou abandonar óculos outrora queridos para aceitar que os passados passam como passarinhos que voam. Voam porque é lindo voar e passarinhos podem, pois possuem asas, inclusive, de modo que não somente podem voar, como merecem fazê-lo! 

E o mais lindo era vê-los voar quando percebido que podiam voar. Era triste a partida, a parte ida, mas era ida e pronto. Ponto final. Ponto final não é vírgula, não é interrogação, explanação, exclamação, nem reticências [...]. Não são sinais de pontuação que Clarissa buscava colocar quando não era possível, muito menos uma eterna reticência de querer óculos cuja armação já não cabia mais no rosto. 

Ponto final é final e final pode ser parada ou ida. Clarissa preferia acreditar em ida. E ida é ida, ou seja, foi; ficou no passado. Assim, foram-se, um a um, dois a dois. Assim, fazia-se necessário aceitar que a vida vai passando com o passar dos passarinhos e, de tempos em tempos, em ComPassos com o som da praia; dos peixes no mar; das ondas; das conchas; das tartarugas mais belas de projetos; das estrelas do mar ou até das do Céu. 

Até que há um ponto de encontro um tanto quanto infinito, embora ido. Um ponto de encontro em que óculos possam se encontrar ou, ao menos, esbarrar-se. Nesse ponto; entre a arte e a ciência; entre Sol, Lá e Si; lá, uma lente diz: -Oi, sempre te vejo por aqui, como vai? -Vou bem, muito bem. Vou-me da redoma. Estou de mudança. E a outra lente responde: -Vou me mudar também, estou também nesse processo. Vemo-nos por lá, então? 

E foram caminhando, cada lente para um lado, distantes, porém um pouco próximos. Clarissa estava ao som de "Of Monsters and Men, My Head is an Animal, the Full Album", mas repetia especialmente Little Talks, Slow and Steady e Yellow Light. <3