sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Nota (natalina) sobre elas


Literal como tal, uma delas precisava aprender a ler o silêncio (ainda), a ler nas entrelinhas a beleza do não dito. A outra delas, Clarissa, precisava aprender a desabençoar o excesso e a não transbord(ar).
Observe o copo d'agua, Clarissa! 


A outra delas estava hospedada numa casa em mudança, dançava ao som de bandolins, gostava de valsa e de outros tantos, encontrava-se com suas crianças internas, esperava dos espelhos nem tanto nem tão pouco, aceitava a primavera, a prima Vera, o verão, o outono, o inverno, o inverso, o verso, as versões diferentes, as inversões, o passar das estações, o invertido, o repetido e o inédito, inclusive. Porque quando o CD acaba, é necessário o silêncio (ou a falta de som em letras e blocos de notas) ou a troca das músicas.


E ela, agora, acabava-se de lágrimas. De salgado, agora, só as comidas natalitas. De Salgado, só o Sebastião, o gosto das próprias lágrimas, a água do mar, o rebrotar das flores (mesmo que a primavera tivesse findado com o nascer do verão). Porque o CD acabara e ela, agora, queria era se acabar de dançar e pôr a mão na massa, como pudesse, por um mundo que considerasse melhor. Porque dissera um grande querido que um bom parâmetro de felicidade é quando se chora mais de alegria do que de tristeza e ela acreditava em ambos, alegria e tristeza, como complementares. Além disso, tinha fé nos idosos, nas crianças, nos adultos, nos jovens, nos artistas, nos professores, nos pianistas, nos bailarinos, nos passarinhos, na energia e no sistema (solar), no luar, em cada lugar, no mistério dos planetas, nos recadinhos natalinos, nas festividades, no harmônico, na gratidão, na admiração, no conforto, no desconfortante conforto, nas pequenas mudanças, na simplicidade, na interdisciplinaridade e, por último, mas não menos importante, no canto.


Ao som de Logical Song: "There are times when all the world's asleep, the questions run too deep for such a simple man". Ps.: Um ingresso para um mundo melhor, por gentileza, que não se compra, mas se constrói.











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