Entre um gole e outro de seu chá
predileto ela refletia. E sabia que, por mais que não quisesse, aquela flor de
açúcar parecia se despedaçar. Talvez por luz, água ou solidão. Talvez a água
fosse pouca, talvez muita. Ela apostava na segunda opção. Era cuidado demais
para pouca pétala. Poucas, coloridas e sedosas, despediam-se... pétala por
pétala, enquanto ela tentava rearranjar as flores naquele jardim de ensaios,
anseios, receios, noites mal dormidas, refeições esquecidas. Naquele arranjo,
ela ia perdendo a fome, as expectativas, as lembranças, as poucas esperanças e
os acordes que restavam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela contribuição!