Aquele dia que o tempo rouba um pouco de você para ele, sem dizer quanto ainda sobra para você celebrar novamente, e acender mais velas, e receber a avó que vem de longe para comemorar com você, e comer mais bolos e receber mais tortas de limão. Aquele dia que nenhuma enxaqueca, nem prova, nem ressaca, nem vinho tinto, nem branco, nem falta dos pais vai tirar a alegria de um ano a mais de vida. Aquele dia em que experiência, mensagens, bolos, amigos, assopros, velas e a velha [e nova] maturidade estão contigo. Aquele dia que, assim como no ano novo, você tem novos desejos, faz novas promessas, um balanço da vida, da situação, do dia, das horas passadas.
[Quando o inverno chegar eu quero estar junto a ti].
Aquele dia que você percebe que um quarto de século carrega lembranças, viagens, história, parabenizações, memória, das recordações mais belas às comemorações menos intensas, e ainda um futuro a ser compreendido. Aquele dia que você compreende novamente a beleza de uma verdadeira amizade e a graciosidade de determinadas atitutes de quem faz mais do que pode para ver você bem, seu ritmo, seu gosto, seu gesto, sua música, sua dança e, acima de tudo, sua felicidade. Internaliza o cuidado, o zelo mais sincero e o carinho mais belo de quem realmente se preocupa com o seu bem. É o dia em que um pouco da pureza da resposta das crianças vai embora, outro pouco permanece, porque é preciso, porque é difícil estragar, porque é o seu aniversário.
[Quando o inverno chegar eu quero estar junto a ti] E ele chegou.
Aquele dia em que você percebe que o seu tempo rouba um pouco [ou muito] do tempo dele. Percebe a importância de cada estação com ele, de cada carinho, cada dengo, cada chamego, cada cafuné; a semelhança de cada jeito, trejeito, modo, característica, gesto, gosto, atitude, música, dança, humor. Aquele dia que você percebe que não importa mais contar quantos quartos de século carregam lembranças, viagens, história, parabenizações, memória, recordações e um futuro a ser compreendido. Você compreende a beleza da semelhança [e também da diferença], da conquista, do passar do tempo, da persistência, da paternidade. É o dia em que um pouco da pureza da resposta das crianças vai embora, outro pouco permanece, porque é preciso, porque é difícil estragar, porque é o aniversário dele, do seu pai.
[Pode o outono voltar... Eu quero estar junto a ti]
Aquele dia em que o tempo dela é também o seu [e será desde que você nasceu]. Aquele dia em que as lembranças novamente florecem e que primaveras separam idades [e unem vidas]. Você percebe a importância de cada ano com ela [365 dias, ou seja lá quantas semanas, horas, minutos ou segundos], cada estação, cada fração e pedacinho de tempo. Você compreende a beleza da diferença [e também da semelhança], da compreensão, da paciência, da fé, da persistência, do amor, do carinho da maternidade. É o dia em que um pouco da pureza da resposta das crianças vai embora, outro pouco permanece, porque é preciso, porque é difícil estragar, porque é o aniversário dela, da sua mãe.
[Trago esta rosa... Para te dar]
Aquele dia em que você percebe que pais e filhos apenas são [apenas se amam] no inverno, outono, verão ou na primavera. Porque não é primavera [é inverno]. Porque a rosa é deles [ou o roseiral]. Porque o amor é deles [e o maior do mundo].
[Hoje o céu está tão lindo]