Não é porque a Lua está linda hoje que penso em você neste instante. E, mesmo distante, você me diverte e rouba meus pensamentos... Só queria que soubesse. Não é somente porque você merece. Nem por minha vontade, nem pela mudança de estações, anunciando o Verão a sua partida e também o futuro amarelar das folhas. Não é porque comecei a traçar um caminho que você me decepcionou com um mapa em branco, mesmo que ele não esteja tão alvo quanto você pensa. Não é somente por alguns momentos e acordes que escrevo, nem por cada canção que ouvimos juntos e pela sua atenção. A questão é que minha voz e meu piano sentem falta do seu violão. E depois de algumas doses de sakê, confesso... se eu estivesse no Céu agora, seria a Lua. E seria sua, se você fosse meu.
"[...] e, sob um ímpeto irresistível, expusera seus sentimentos em um pedaço de papel [...]". Em um bloco de notas, em uma máquina de escrever alemã ou diretamente nas ferramentas modernoLógicas do tal do computador.
quarta-feira, 19 de março de 2014
domingo, 16 de março de 2014
Dias da semana
De repente os dias da semana me dão saudade. Lembranças de algumas quartas-feiras que comprei flores e comi tapioca de banana na feira. Das quintas guardo as memórias do teatro, dos concertos ou dos escritos no concerto. Das terças guardo o piano. E de repente me dá saudade dele. E de suas teclas. Dele e de você, das notas que escrevia pra mim e dos nossos planos. Das saídas na chuva enquanto ainda nos conhecíamos e daquela inspiração constante que eu tinha ao pensar em nós. De repente sinto falta da gente, da minha fé, da fé em nós e em nossos laços. Da sua promessa e da minha... segredo nosso. Do abraço nem preciso dizer que sinto falta... indescritível. Das sextas ainda guardo a vontade de pegar a estrada e fugir pra montanha com você, dizendo, então, prepare a mala para fugirmos daqui. Sem pressa você arrumava seus pertences. Sem receio, partíamos. Dos sábados guardo a vontade de ir ao cinema sem antes me planejar com o tempo da sessão. De repente me lembro de alguns lugares e de algumas datas. Do nosso primeiro beijo, do cartão postal dos Beatles, das nossas músicas, das dedicatórias nos livros, ah, como você era bom nisso. Mas não ligue não, a saudade passa. Ou ligue, pois talvez se transforme. Mas não tem revolta não... das segundas guardo você novamente.
sábado, 8 de março de 2014
Já basta
Eu sei que não me faz bem sacrificar o sono por acordes, mas me faz bem te ver. Eu sei que não me faz bem te ver esporadicamente, mas me faz bem pensar que um dia pode ser diferente. Eu sei que o diferente pode ter além de um anoitecer com árvores, violão e um beijo na sua mão cansada de tocar. Ou um lago com patos e a falta do luar. O passar do tempo, um reencontro, o Sol nascendo, a paisagem de um novo dia e algumas canções. Mas se o diferente for isso... já basta.
domingo, 2 de março de 2014
O voo
Ela, a cada instante, explicava um pouco de si para ele. Sentia que ele merecia ouvir cada vez mais sobre ela. E gostava da curiosidade dele em ouvir aquilo. Sentia-se especial por acreditar quando ele dizia que ela tinha um mundo de significações que ele ainda não havia decifrado. E o “ainda” dava mais sentido à vontade dele de estar perto dela. E sentido à vontade dela também. Aquele “ainda” ainda tornaria a presença dele mais querida. Porque aquilo poderia representar muitos caminhos... E vinha ele, tentar bagunçar o dela, como uma mistura de instrumentos diversos em uma única canção. Ele dizia que ela desfilava uma beleza singular com os olhos, com a voz, com o ritmo e confessava que construía em sua mente quem ela era com tantas surpresas e aventuras poéticas. E as reflexões sobre suas vidas levavam a crer que, embora ele dissesse o oposto, o que mais queria naquele momento era encostar delicadamente em seus cabelos e revelar a turbulência que desejava causar na viagem dela. E só de pensar naquele voo, ela já sentia um friozinho na barriga.
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