Houve um tempo em que ele queria ser para ela um príncipe real. Não de dinastia, nem de livros, mas de realidade, de toque e de outros sentidos. Ele a admirava por completo, repleto de amor e sinceridade. E ela compreendia aquilo minuciosamente. Naquele tempo, ele traçava comparações em estrofes. Entre ela e a música, a arte, o cinema, o teatro. Ele a comparava a um lugar, uma composição, um filme, uma construção, uma peça, uma dança, uma mudança. A um mosaico, um astro, um poema, um planeta, uma virtude, um solo. Ele desejava os beijos dela e queria aquecê-la quando pequenas gotas caíssem pela janela alterando a temperatura do ambiente. Se o tempo fechasse, ele estava lá para ela. Tanto para emprestar um casaco quanto para dizer um eu te amo e fazê-la sorrir em meio à tempestade. Acontece que a primavera havia passado, levando as flores daquele tempo. O verão também e o outono. Restando, das estações, os corações frios do inverno. E a primavera fazia falta para ela. Aquele tempo de aquarela, colorido e ensolarado. Ela sentia falta dos sorrisos, dos braços e abraços, do laço entre os dois. E até, às vezes, de um traço de descaso ou de encontra-lo por acaso. Sentia falta daquele que costumava admirar a graciosidade dos seus gestos e suas risadas espontâneas. Daquele que faria muito por apenas um beijo dela. Então, ela olhava, pela janela, o céu. Na caixinha, o anel... guardado. Perguntava a cada estrela se ela deveria considerar suas esperanças ou coloca-las sob o travesseiro e dormir. Os astros não tinham respostas e apenas diziam para que dormisse sem certezas.
"[...] e, sob um ímpeto irresistível, expusera seus sentimentos em um pedaço de papel [...]". Em um bloco de notas, em uma máquina de escrever alemã ou diretamente nas ferramentas modernoLógicas do tal do computador.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Entrada sorrateira
Entrei na sua vida como quem chega sorrateiramente em algum lugar. O mar estava agitado naquele dia e o clima se transformava. Não sei ao certo o que me fez, por um instante, ser fria como aquele tempo de inverno, enquanto nosso terno sentimento parecia tão eterno, guardado a sete chaves talvez ao som de claves de uma partitura ao lado do piano ou numa caixinha de música. [...] E decidi voltar para o nosso lar. Então tudo parecia caminhar bem... e eu também. Para não acordar ninguém, tirei meus sapatos, abandonei meus saltos na porta e, antes que você notasse, já me instalava no nosso canto [...] e aquele lar era novamente nosso abrigo.
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